domingo, 11 de novembro de 2007

"Superioridade" racial

Não sei o que doeu mais ao ler a matéria da Folha de semana passada: compreender que os brasileiros não passam de cidadãos de segunda classe (segunda ainda é muito talvez de quinta); entender que a vida de uns vale mais que de outros; ou ver nas ações de uma família o desespero por um mínimo aceitável de justiça e punição, mesmo que não em seu favor.

A matéria em questão é uma continuação do caso Jean Charles (brasileiro assassinado por “engano” pela polícia inglesa) que vem se arrastando há dois anos. Eis que a Scotland Yard, a mesma que escapou de pagar uma indenização à família do brasileiro, foi condenada a pagar US$ 364 mil [cerca de R$ 728 mil] aos cofres públicos ingleses porque seus atos foram considerados indevidos – puseram em risco a vida de milhares de ingleses inocentes.

Ora, não vou dizer que discordo, pois puseram mesmo a vida de milhares em risco em seus atos impulsivos. O medo meus senhores, transforma a mais racional das criaturas em um ser imprevisível e perigoso – agora imagine se o ser em questão está armado e não tem um emocional estável?! – o resultado não poderia ser outro – Caos!

O que custo a entender é como que os ingleses que além de não se ferirem, eram os “beneficiários” desta história toda (afinal, os policiais alegaram estar agindo a fim de proteger a população), podem ganhar uma causa contra a Scotland Yard que estava protegendo-os e a família do brasileiro ser deixada às favas.

Somos a ralé do mundo, o povo pobre que causa burburinhos e de quem os “nobres” riem com desdém. E os que deveriam estar nos ensinando a ser grandes, nos esmagam como insetos.

What a shame England, what a shame!

Frase de hoje: "Difícil compreender como no vasto mundo falta espaço para os pequenos" Drummond

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